quarta-feira, 18 de setembro de 2019

“O tempo não para”
Cheguei a uma encruzilhada. Sinto que estou em pleno clímax do meu enredo. Antes de dizer como cheguei a esta conclusão, quero esclarecer que este bonequinho aí da foto é meu sobrinho/afilhado. Sem nenhuma intenção, acabei dividindo os que me seguem: parte acredita que sou a mãe e, pasmem, outra acredita que sou a avó. Eis aí meu dilema shakespeareano: poderia ser avó ainda sendo possível ser mãe! 
Lembrei-me de quando passava pela rua da infância e os moleques bons de bola gritavam:
 -Cuidado com a menina!
Pouco tempo depois, berraram:
-Cuidado com a moça!
Após alguns anos, disseram:
-Cuidado com a mulher!
Até que um dia fui chamada de “dona” e nunca mais passei pela rua da pelada. Desviar das bolas e boladas não poderia ser uma solução para sempre! 
Corri para o espelho e olhei com calma a menina que envelheceu, mas que  admira cheia de orgulho as rugas que o tempo trouxe. 
Estou muito feliz com a dona que vejo no espelho!